O Comunismo é uma ideologia política e económica que defende a abolição da propriedade privada dos meios de produção e a criação de uma sociedade sem classes, onde todos os recursos são partilhados de forma igualitária. A ideia central do Comunismo é que a distribuição de riqueza deve ser feita conforme as necessidades de cada indivíduo, eliminando a exploração do trabalho e as desigualdades criadas pelo capitalismo. A sua implementação, segundo Karl Marx e Friedrich Engels, passaria por uma revolução proletária (trabalhadores) que derrubaria o capitalismo, substituindo-o por uma sociedade socialista e, eventualmente, comunista.
O Marxismo-Leninismo é uma vertente do Comunismo que combina as ideias de Karl Marx sobre a luta de classes e a revolução proletária com a teoria e prática de Vladimir Lenine sobre a criação de um partido revolucionário vanguardista e a implantação de um Estado socialista. O Marxismo-Leninismo defende que a classe trabalhadora deve derrubar a burguesia e estabelecer uma ditadura do proletariado, uma fase de transição para a construção de uma sociedade sem classes e sem Estado. Durante este processo, o Partido Comunista exerce o papel de liderança para assegurar que a revolução seja bem-sucedida.
A crença central no Marxismo-leninismo é que a história é movida pela luta entre as classes sociais, particularmente entre a burguesia (classe capitalista) e o proletariado (classe trabalhadora). A revolução proletária é vista como inevitável para derrubar o capitalismo e instaurar uma sociedade socialista.
O papel do Estado deve ser mínimo, restringindo-se à proteção dos direitos individuais, à segurança e à aplicação da lei. O Liberalismo Clássico rejeita intervenções excessivas na economia e na vida privada.
Após a revolução, a ditadura do proletariado seria a fase de transição entre o capitalismo e o comunismo, onde o Estado socialista, liderado pelo Partido Comunista, controlaria os meios de produção e implementaria políticas que erradicariam as desigualdades e a exploração da classe trabalhadora.
O Trotskismo é uma vertente do Comunismo que se distingue do Marxismo-Leninismo principalmente na sua abordagem à revolução e ao papel do Estado na transição para o comunismo. Fundado por Leon Trotsky, um dos principais líderes da Revolução Russa, o Trotskismo defende a ideia da revolução permanente, acreditando que a revolução socialista deve ser contínua e global, não limitada a um único país. Trotsky criticava a visão de Lenine sobre a consolidação de um Estado socialista forte, argumentando que o poder não deveria ser centralizado numa burocracia estatal, mas sim nas mãos da classe trabalhadora através da democracia operária.
Acredita que a revolução socialista deve ser global e não limitada a um único país. Trotsky argumentava que, para que o socialismo fosse bem-sucedido, a revolução deveria espalhar-se por outros países, garantindo uma transformação mundial do sistema capitalista.
A revolução deve ser acompanhada por uma democracia direta, onde os trabalhadores tenham o controlo das decisões políticas e económicas, sem a centralização de poder num partido único ou numa burocracia estatal. A democracia operária é vista como a chave para garantir a verdadeira liberdade e igualdade na construção do socialismo.
Trotsky criticava a crescente burocracia do regime soviético sob Estaline, acreditando que o poder não deveria ser monopolizado por uma elite estatal. Para os trotskistas, a revolução deveria ser acompanhada pela destruição da burocracia e pela promoção de uma gestão socialista que fosse verdadeiramente representativa dos interesses da classe trabalhadora.
O Socialismo é uma ideologia que, como o Comunismo, busca a igualdade social e económica, mas que, ao contrário, defende a transição gradual para essa igualdade por meio de reformas no sistema político e económico. O Socialismo acredita na intervenção do Estado na economia para garantir a redistribuição de riqueza e a proteção dos mais desfavorecidos, sem a necessidade de uma revolução abrupta. Existem diversas vertentes do Socialismo, desde as mais moderadas, que defendem a socialização parcial da economia, até as mais radicais, que aspiram à abolição da propriedade privada dos meios de produção, como no Comunismo.
O Socialismo democrático é uma vertente do socialismo que defende a implementação de políticas sociais e económicas para alcançar a igualdade social, mas através de processos democráticos e não por meio de uma revolução. A ideia central é que as reformas devem ocorrer dentro de uma democracia pluralista, respeitando a liberdade política e os direitos individuais enquanto se promove a justiça social.
Defende a redução das desigualdades através de políticas públicas de redistribuição de riqueza, acesso a serviços básicos como saúde, educação e habitação, visando uma sociedade mais justa e equitativa.
A vertente democrática do socialismo sublinha a importância de um sistema político pluralista, onde todos os cidadãos têm o direito de participar ativamente nas decisões políticas e nas escolhas dos seus governantes, respeitando a liberdade e os direitos civis.
Acredita na necessidade de uma intervenção do Estado na economia, regulando mercados e implementando políticas sociais para garantir que os recursos sejam usados para o bem comum e para reduzir a exploração e a pobreza.
O Comunismo tem a sua origem nas ideias de Karl Marx e Friedrich Engels, que, no século XIX, identificaram o capitalismo como um sistema que explorava a classe trabalhadora (o proletariado). Para Marx, a única maneira de acabar com a exploração era através de uma revolução em que os trabalhadores tomassem o controlo dos meios de produção, abolindo a propriedade privada e a divisão em classes sociais. O ponto culminante dessa revolução seria uma sociedade sem Estado e sem classes, o Comunismo puro.
Com a Revolução Russa de 1917, Vladimir Lenine adaptou as ideias de Marx à realidade da Rússia, um país atrasado em comparação com a Europa Ocidental. Lenine propôs que o Estado deveria ser controlado por um partido vanguardista que guiaria a revolução e a transição para o socialismo, até que a classe trabalhadora tomasse totalmente o poder. Este modelo, o Marxismo-Leninismo, levou à criação da União Soviética e influenciou muitos outros regimes comunistas ao longo do século XX.
Porém, uma vertente diferente surgiu sob a liderança de Leon Trotsky, que criticou o modelo de Lenine. Trotsky defendia que a revolução socialista deveria ser permanente e internacional, espalhando-se por outros países. Ele também se opunha à centralização do poder e à burocracia estatal que tomou forma na União Soviética, acreditando que o poder deveria ser exercido diretamente pelos trabalhadores e através de uma verdadeira democracia operária.
O Socialismo Democrático surge como uma alternativa ao Comunismo revolucionário e violento. Enquanto o Comunismo defende a revolução para derrubar o capitalismo e instaurar uma nova ordem, o Socialismo Democrático acredita que é possível alcançar os mesmos objetivos de justiça social e igualdade dentro de um sistema democrático, através de reformas graduais e pacíficas. Este movimento rejeita a ideia de uma revolução violenta e enfatiza a importância de manter as liberdades políticas e os direitos individuais.
A ideia de Socialismo Democrático foi ganhando força no final do século XIX e início do século XX, especialmente na Europa, onde se buscava a implementação de políticas sociais e económicas mais justas, sem a necessidade de destruir a estrutura política existente. Ao contrário do Comunismo, que visava uma mudança radical na sociedade, o Socialismo Democrático propôs soluções dentro do sistema democrático, com ênfase na intervenção do Estado para corrigir as desigualdades e melhorar o bem-estar social. Este modelo inspirou muitos dos sistemas de bem-estar social na Europa Ocidental, incluindo os países nórdicos, onde a combinação de uma economia de mercado com políticas sociais robustas foi aplicada com sucesso.
Karl Marx
Ideólogo do marxismo
Leon Trotsky
Ideólogo do trotskismo