O Conservadorismo é uma ideologia política que valoriza a ordem, a estabilidade e a preservação das tradições como pilares fundamentais para o progresso de uma sociedade. Surge como uma resposta às mudanças abruptas e radicais, defendendo que as transformações devem ser graduais, respeitando os valores históricos, culturais e institucionais que sustentam a comunidade.
O Conservadorismo como espaço político tem diversas ramificações.
O Conservadorismo Tradicional valoriza a preservação das instituições sociais, culturais e religiosas que sustentam a ordem e a coesão da sociedade. Defende que as mudanças devem ser feitas com cautela e respeito pelas tradições, reconhecendo a importância das raízes históricas e da continuidade para garantir a estabilidade e o bem-estar coletivo.
Acredita que as instituições sociais, como a família, a religião e o Estado, são essenciais para a estabilidade e coesão da sociedade, devendo ser preservadas e respeitadas.
Os conservadores tradicionais defendem que as mudanças sociais devem ser graduais e cautelosas, com respeito pelas normas e valores existentes, evitando rupturas abruptas que possam desestabilizar a sociedade.
A ordem social e a estabilidade são vistas como fundamentais para o bem-estar da comunidade. Prioriza-se a manutenção da paz social e a prevenção do caos, reconhecendo que a harmonia é necessária para o progresso.
O Conservadorismo liberal combina a defesa da liberdade económica e do livre mercado com uma valorização da ordem social e das instituições tradicionais. Enquanto reconhece a importância das liberdades individuais e da propriedade privada, o Conservadorismo liberal também enfatiza a necessidade de um Estado limitado que garanta a estabilidade social e respeite as tradições culturais.
Defesa do livre mercado como motor da prosperidade e considera a propriedade privada um direito fundamental para a liberdade individual e o desenvolvimento económico.
Acredita que o Estado deve ter um papel limitado, intervindo apenas para garantir a segurança, a justiça e a proteção das instituições fundamentais.
Reconhece a importância das instituições tradicionais (como a família e a religião) e vê o respeito por essas tradições como fundamental para a coesão e estabilidade da sociedade.
O Conservadorismo social foca-se na preservação de valores morais e sociais tradicionais, especialmente no que diz respeito à família, à religião e à educação. Defende que a sociedade deve basear-se em princípios éticos sólidos, que, muitas vezes, são encontrados nas crenças religiosas. Para os conservadores sociais, a estabilidade social depende da defesa de padrões morais e da intervenção do Estado para proteger esses valores.
Acredita que a moralidade, frequentemente fundamentada na religião, deve ser a base das leis e da organização social. A preservação desses valores é vista como essencial para o bem-estar coletivo.
Defende que a família, entendida como a união entre homem e mulher, é a unidade fundamental da sociedade e deve ser protegida contra mudanças que possam enfraquecer esse modelo.
Acredita-se que o Estado deve atuar para proteger e reforçar os valores sociais, através de políticas públicas que promovam a moralidade, a educação tradicional e a coesão familiar.
O Conservadorismo nacional enfatiza a importância da identidade e soberania nacional, defendendo a proteção dos interesses do país e a preservação da sua cultura, tradições e independência. Esta vertente coloca a nação como um valor central, frequentemente associando-a a um sentimento de patriotismo e a uma resistência à influência estrangeira ou supranacional.
Defende que a soberania do país deve ser preservada, resistindo a pressões externas e a organizações internacionais que possam comprometer a autonomia do Estado.
A identidade nacional, baseada na cultura, história e valores específicos de um povo, deve ser preservada e protegida contra influências externas que possam diluí-la ou enfraquecê-la.
Promove o sentimento de orgulho pela nação, incentivando a unidade e a coesão interna através da valorização da história e dos símbolos nacionais, e desafiando a globalização que possa ameaçar esses valores.
O Conservadorismo é uma ideologia política que surgiu como reação às mudanças rápidas e radicais desencadeadas pelas revoluções do final do século XVIII, especialmente a Revolução Francesa. Edmund Burke, um dos seus principais teóricos, criticou a destruição das instituições tradicionais e a ruptura com os costumes, argumentando que a sociedade evolui melhor através de mudanças graduais e sustentadas por valores históricos e culturais.
No seu núcleo, o Conservadorismo valoriza a ordem, a estabilidade e a continuidade das tradições. Defende que as instituições sociais, como a família, a religião e o Estado, são pilares essenciais para o bem-estar da comunidade e não devem ser alteradas sem uma análise cuidadosa das suas consequências.
À medida que a sociedade evoluiu, o Conservadorismo dividiu-se em várias vertentes, cada uma adaptando os seus princípios fundamentais a diferentes contextos e desafios. No século XIX, por exemplo, emergiu o Conservadorismo Liberal, que incorporava alguns valores liberais, como a liberdade económica, mas mantendo a ênfase na estabilidade social e na autoridade. Já no século XX, o Conservadorismo Social destacou-se ao defender valores religiosos e morais tradicionais, muitas vezes em resposta às mudanças culturais da modernidade.
O Conservadorismo Nacional, por outro lado, foca-se na preservação da identidade e soberania nacionais, frequentemente associado a um sentimento de orgulho patriótico e proteção contra influências externas.
Edmund Burke
Ideólogo do Conservadorismo