O Libertarismo, ou libertarianismo, é uma corrente filosófica e política que coloca a liberdade individual como valor central, defendendo que cada pessoa deve ser livre para conduzir a sua vida sem interferências externas desnecessárias. Esta ideologia advoga pela redução significativa da intervenção do governo, limitando o papel do Estado ao essencial, como a proteção dos direitos individuais, a segurança e a administração da justiça, promovendo o chamado Estado Mínimo.
defende que cada indivíduo é soberano sobre si mesmo, tendo o direito inalienável de tomar decisões sobre a sua vida, propriedade e corpo, desde que não viole os direitos de outros. A liberdade pessoal é vista como o fundamento de uma sociedade justa.
Advoga por um governo limitado, com funções restritas à proteção dos direitos individuais, como a segurança, a aplicação da justiça e a defesa contra ameaças externas. O Estado não deve interferir na economia, na vida privada ou na cultura.
Promove uma economia baseada no livre mercado, onde as trocas voluntárias e a concorrência são vistas como os meios mais eficazes para gerar prosperidade e inovação. A intervenção do governo na economia é considerada prejudicial, exceto para assegurar o respeito pelos contratos e proteger contra fraudes ou violações de propriedade.
O Libertarismo tem as suas raízes na filosofia política do século XVII, marcada pelas reflexões sobre a liberdade individual e a limitação do poder governamental. No entanto, como ideologia distinta, começou a consolidar-se no século XX, em reação às expansões do papel do Estado, tanto em economias capitalistas como em regimes socialistas.
A Revolução Industrial e os debates sobre o papel do governo na economia e na sociedade contribuíram para o desenvolvimento inicial das ideias libertárias. Filósofos como John Locke influenciaram conceitos fundamentais do libertarismo, como os direitos naturais à vida, liberdade e propriedade. No entanto, o libertarismo moderno distancia-se de outras correntes liberais ao adotar uma posição mais radical na rejeição da intervenção estatal.
No século XX, o libertarismo ganhou maior proeminência com pensadores como Robert Nozick, cuja obra “Anarchy, State, and Utopia” (1974) ofereceu uma defesa robusta do Estado Mínimo. Nozick argumentava que qualquer ampliação do poder estatal, além de proteger direitos fundamentais, seria uma violação da liberdade individual. O seu trabalho foi uma resposta ao igualitarismo de John Rawls e tornou-se uma das principais bases filosóficas para o libertarismo contemporâneo.
Além disso, movimentos libertários como os de Murray Rothbard ajudaram a consolidar o libertarismo como uma ideologia política e económica distinta. Nos Estados Unidos, o surgimento do Partido Libertário em 1971 marcou um esforço para traduzir as ideias libertárias em ação política, defendendo questões como a legalização de drogas, o fim do serviço militar obrigatório e a redução de impostos.
Na contemporaneidade, o libertarismo continua a ser uma força influente, especialmente em debates sobre o papel do Estado, os direitos individuais e a liberdade económica. Embora muitas vezes associado a economias de mercado livres, o libertarismo mantém-se como uma crítica abrangente a todas as formas de intervenção estatal e uma defesa intransigente da autonomia individual.
Robert Nozick
Famoso libertário norte-americano que se opôs ao Uma Teoria de Justiça do liberal social John Rawls