O Monarquismo é uma ideologia política que defende a manutenção da monarquia como forma de governo, onde o poder é geralmente exercido por um monarca hereditário. Dependendo da vertente, o monarquismo pode apoiar desde uma monarquia absoluta, em que o monarca detém poderes ilimitados, até uma monarquia constitucional, onde o monarca tem um papel mais simbólico e o poder político é exercido por um governo eleito. A ideologia do monarquismo valoriza a estabilidade e a continuidade da monarquia, que é vista como um símbolo de unidade e tradição.
Valoriza a estabilidade política e social, associando a monarquia à preservação da continuidade histórica e das tradições nacionais. A figura do monarca, como líder hereditário, é vista como um símbolo de unidade e permanência, capaz de garantir a coesão do Estado ao longo do tempo.
Nas vertentes que defendem a monarquia absoluta, o monarquismo propõe que o monarca tenha autoridade total sobre o governo e a administração do Estado, sem limitações impostas por parlamentos ou constituições. O poder concentrado na figura do monarca é visto como uma maneira de garantir uma liderança forte e decisiva.
O monarquismo constitucional defende que o monarca tenha um papel simbólico e cerimonial, mas ainda seja um pilar da identidade nacional e da estabilidade política. O poder executivo e legislativo é exercido por representantes eleitos, mas o monarca permanece como uma figura unificadora e tradicional, com um papel importante na moralidade e continuidade do Estado.
O Monarquismo tem raízes profundas na história, sendo a forma de governo dominante por séculos em muitas partes do mundo. Desde as primeiras civilizações, as monarquias eram estruturadas como sistemas políticos em que o poder era centralizado nas mãos de um monarca, frequentemente considerado uma figura divina ou escolhida por Deus. Durante a Idade Média e até os tempos modernos, a monarquia foi vista como a melhor forma de garantir a estabilidade, a ordem e a continuidade do Estado.
Durante a Idade Moderna, as monarquias absolutas, como a de Luís XIV em França, consolidaram o poder do monarca, que governava sem limitações constitucionais, com o apoio de uma corte e de uma estrutura administrativa forte. Esse modelo de monarquia absoluta defendia que o monarca era a fonte de todo o poder político, sendo considerado "o Estado" em si mesmo. ("L'état c'est moi" - Luís XIV)
No entanto, com o passar dos séculos, o Iluminismo e as ideias de liberdade e direitos individuais começaram a desafiar o modelo absolutista. O Constitucionalismo surgiu como uma alternativa ao absolutismo, especialmente após a Revolução Gloriosa de 1688, na Inglaterra, que vincou a monarquia constitucional. A partir deste momento, muitas monarquias na Europa passaram a ser limitadas por constituições ou parlamentos, com o monarca tendo um papel mais cerimonial e simbólico, enquanto o poder real passou a ser exercido por um governo eleito. O Monarquismo Constitucional começou, então, a ganhar força como uma ideologia que defendia a monarquia como um símbolo de unidade e tradição, mas com a implementação de um sistema político mais democrático.
No século XX, as monarquias absolutas desapareceram na maioria dos países, mas várias monarquias constitucionais mantiveram-se em nações como o Reino Unido, Espanha e Japão. O Monarquismo contemporâneo em muitos desses países agora defende o papel simbólico e unificador do monarca, enquanto o governo é exercido por parlamentos eleitos e com constituições modernas.
Joseph de Maistre
Opositor à Revolução Francesa. Defensor do monarquismo (absoluto)